Texto: João 6:39-44
Hamartiologia • Sermon • Submitted • Presented
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· 9 viewsExpor a incapacidade de se voltar a Deus sem que antes haja uma ação do Espírito Santo. Expor o conceito de Depravação Total.
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INTRODUÇÃO:
INTRODUÇÃO:
Aspectos introdutórios do Evangelho de João
Contexto Geral do Evangelho de João
O Evangelho de João retrata Jesus como o Filho encarnado de Deus, enviado para realizar sinais que revelam a glória do Pai e para morrer obedientemente na cruz para abrir o caminho para a vida eterna a todos os que creem.
Bíblia de Estudo Almeida Revista e Corrigida INTRODUÇÃO
Esta é, em resumo, a intenção que guia o evangelista a coligir também o conjunto de ensinamentos e discursos reveladores da natureza e razão de ser da atividade desenvolvida por Jesus, o Messias, o Filho unigênito (1:14), enviado pelo Pai para tirar “o pecado do mundo” (1:29) e para dar vida eterna a “todo aquele que nele crê” (3:13–17).
Quem consegue crer? Quem consegue se arrepender?
Contexto Específico
QUANDO NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, como ouvimos quando o Evangelho foi lido, disse que Ele era o Pão que desceu do céu, os judeus murmuraram e disseram: Não é este Jesus Filho de José, de quem conhecemos pai e mãe? Como, pois, diz ele: Desci do céu? Esses homens estavam longe do Pão do céu e não sabiam como ter fome dele.
- Esse Pão requer fome do homem interior, do qual Ele diz em (Mateus 5:6). Ora, o apóstolo Paulo declara que Cristo é para nós a justiça*. Portanto, quem tem fome desse Pão, tenha fome de justiça; mas deve ser a justiça que desce do céu, a justiça que Deus dá, não a que o homem faz para si mesmo.
Que significa isto: Justiça de Deus e justiça do homem?
R: A justiça de Deus aqui significa, não aquilo pelo qual Deus é justo, mas aquilo que Deus dá ao homem, para que o homem seja justo por meio de Deus.
Ora, qual era a justiça daqueles judeus?
R: Uma sobre a qual eles presumiam, como se fosse por sua própria força, e falavam de si mesmos como se fossem homens que cumpriam a Lei por uma virtude própria.
Ora, ninguém cumpre a Lei, senão aquele que é ajudado pela Graça, isto é, o Pão que desceu do céu. O amor de Deus, diz ele, é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos é dado. O Senhor, então, estando prestes a dar o Espírito Santo, disse que Ele era o Pão que desceu do céu, exortando-nos a crer Nele. Crer Nele, isto é, comer o Pão vivo. Aquele que crê, come: invisivelmente ele é alimentado até a saciedade, porque invisivelmente nasceu de novo. Ele é um bebê por dentro, novo por dentro; onde ele é feito um bebê recém-nascido, ali ele se satisfaz com o alimento.
PROPOSIÇÃO: NÃO PODEMOS VOLTAR PARA DEUS POR NOSSOS PRÓPRIOS RECURSOS.
PROPOSIÇÃO: NÃO PODEMOS VOLTAR PARA DEUS POR NOSSOS PRÓPRIOS RECURSOS.
Ponto 1. A segurança da Eleição e a certeza da reprovação; (João 6.39-41).
Ponto 1. A segurança da Eleição e a certeza da reprovação; (João 6.39-41).
39. E esta é a vontade do Pai. Ele agora testifica que este é o desígnio do Pai: que os crentes encontrem salvação assegurada em Cristo, do que novamente se segue que todos quantos não tiram proveito da doutrina do evangelho são réprobos.
Que a nenhum eu perca. Isto é: “Que eu não permita que seja tirado de mim, ou que pereça”, pelo que ele quer dizer que não é o guardião de nossa salvação por apenas um dia, ou por uns poucos dias, mas que cuidará dela até o fim, de modo que nos conduzirá, por assim dizer, do início ao término de nossa trajetória. Esta promessa nos é prioritariamente necessária, a nós que miseravelmente gememos sob tão grande debilidade da carne, do que cada um de nós é suficientemente cônscio, e de fato a cada momento a salvação do mundo inteiro ficaria arruinada não fosse o fato de que os crentes, sustentados pela mão de Cristo, avançam ousadamente rumo ao dia da ressurreição. Portanto, que isto fique bem fixo em nossa mente: que Cristo nos estendeu sua mão não para nos perder no meio da trajetória, mas para que, confiando em sua benevolência, ergamos ousadamente nossos olhos para o dia final.
40. Todo aquele que vê o Filho e nele crê. Ele usa os verbos ver e crer em contraste com o que dissera previamente, pois ele reprovou os judeus por não crerem, ainda quando viram [v. 36]. Agora, porém, falando dos filhos de Deus, com a consciência que tem do poder de Deus em Cristo, ele anexa a obediência da fé. Além do mais, essas palavras mostram que a fé procede do conhecimento de Cristo, não que ela deseje algo além da simples palavra de Deus, mas porque, se confiarmos em Cristo, devemos perceber o que ele é e o que ele nos traz.
.41. Então os judeus ficaram murmurando sobre ele. Os judeus tinham proposto a antítese “pão comum versus maná do céu”. Jesus ofereceu um contraste bem melhor: “pão” (ou maná) como um tipo versus o pão real, “eu mesmo”, o antítipo. As pessoas não gostam que seus argumentos cuidadosamente construídos sejam completamente demolidos. Então, murmuravam dele.
Outra é oriunda de um sentimento perverso, a saber, não criam que Cristo fosse o Filho de Deus, porque ele desceu aos homens vestido de nossa carne. Mas seremos culpados de excessiva malignidade se desprezarmos o Senhor da glória só porque ele se esvaziou e assumiu a forma de servo [Fp 2.7]. Porque esta foi, acima de tudo, uma eminente prova de seu infinito amor para conosco e de sua maravilhosa graça.
Deus lhe “deu” determinadas pessoas, confiando-as assim a ele como um bem precioso. Agora ele não pode “perdê-las”. E com toda a certeza não o fará. Se ele as “perdesse”, estariam duplamente “perdidas”. Perdidas em vista de sua natureza alienada de Deus (Jo 3:16) e perdidas, “expulsas” por Jesus. Agora, no entanto, estão também duplamente salvas e, conseqüentemente, plenamente seguras. Salvas pelo Pai, que as entrega ao Filho e atrai para o Filho, e salvas pelo Filho, que as aceita e mantém firmes em sua mão.
Ponto 2. O homem é incapaz de crer no evangelho, por isso todos os seus esforços não podem salvá-lo; (João 6.42-44).
Ponto 2. O homem é incapaz de crer no evangelho, por isso todos os seus esforços não podem salvá-lo; (João 6.42-44).
Nós somos culpados por causa do pecado de Adão; Pecado herdado.
O homem, como ele é antes de receber a graça de Deus, ama toda e qualquer coisa, exceto as coisas espirituais! Se você precisar de uma prova disso, olhe ao seu redor. Não precisa de nenhum monumento à depravação das afeições humanas. Olhe para todos os lugares; não há uma rua, nem uma casa, não, nem um coração que não ostente sobre si a triste evidência desta verdade terrível!
Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram;
Nascemos completamentes dominados pelo pecado. Salmo 51.5 “Sei que sou pecador desde que nasci, sim, desde que me concebeu minha mãe.”
Cada parte do nosso ser é afetada pelo pecado, nosso intelecto, nossas emoções, desejos, coração, as nossas metas e motivações e até mesmo os nossos corpos físicos. Paulo diz: Romanos 7.18 “Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo.”
Não apenas somos todos pecadores, mas também não temos a capacidade de agradar a Deus e nem a capacidade de se aproximar dEle por nós mesmos. (João 15.5)
A capacidade de se arrepender e o desejo de confiar em Deus não é a nossa maneira natural, mas vem a nós pelo estímulo do Espírito Santo.
Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer. Cristo declara que a doutrina do evangelho, ainda que seja proclamada a todos sem exceção, não pode ser abraçada por todos, mas que se requer uma nova compreensão e uma nova percepção, e, portanto, que a fé não depende da vontade humana, mas que é Deus quem a dá.
A própria mensagem do evangelho é ouvida em vão, a menos que o próprio Pai fale ao coração e traga a pessoa a Cristo.
Se o Pai não o trouxer. Ir a Cristo é usado aqui metaforicamente para crer nele, tencionando o evangelista realçar a metáfora da sentença adjunta, dizendo que tais pessoas são trazidas [ou atraídas] para que Deus ilumine seus entendimentos, e cujos corações ele curve e forme para a obediência de Cristo. A afirmação equivale a isto: que não devemos admirar-nos se muitos se recusam a abraçar o evangelho, porque ninguém jamais será por si mesmo capaz de ir a Cristo, a não ser que Deus, antes, o aproxime por seu Espírito. E daí se segue que nem todos são atraídos, mas que Deus outorga esta graça àqueles a quem ele elegeu. Aliás, quanto ao modo de atrair, ele não é violento ao ponto de compelir os homens por força externa, mas ainda é um poderoso impulso do Espírito Santo, o qual faz com que as pessoas queiram, quando anteriormente estavam indispostas e relutantes. Portanto, é uma asseveração falsa e profana dizer que ninguém é atraído, senão aqueles que queiram ser atraídos, como se o ser humano pudesse voluntariamente ser obediente a Deus por seus próprios esforços, pois a disposição com que os homens seguem a Deus é a que eles já têm em si, a qual formou seus corações para obedecê-lo.
A palavra traduzida como ‘trazer’ no grego é (ἑλκύω/ helkó), que significa atrair, arrastar, induzir. “No mundo semita há o conceito de atração irresistível de Deus.” A palavra pode significar também arrastar por um poder interno, forçar. Jesus parece estar dizendo que ninguém pode ir até Ele se Seu Pai não arrastar ou atrair a pessoa.
“Ir a Cristo” é uma frase muito comum na Sagrada Escritura. Ela é usada para expressar aqueles atos da alma, onde, simultaneamente, deixando a nossa justiça própria e os nossos pecados, nós fugimos para o Senhor Jesus Cristo e recebemos a Sua justiça como a nossa veste e Seu sangue, como a nossa expiação. Ir a Cristo, então, envolve arrependimento, autonegação e fé no Senhor Jesus Cristo. Isso resume em si todas as coisas que são os requisitos necessários destas grandes demandas do coração, tais como a crença nas verdades de Deus, a sinceridade da oração a Deus, a submissão da alma aos preceitos do Evangelho de Deus e todas aquelas coisas que acompanham o alvorecer da salvação na alma. Ir a Cristo é exatamente a única coisa essencial para a salvação do pecador.
A incapacidade encontra-se profundamente em sua natureza. Pela queda e pelo nosso próprio pecado, a natureza do homem tornou-se tão degradada, depravada e corrupta, que é impossível para ele ir a Cristo sem a assistência de Deus, o Espírito Santo.
Ponto 3. Cuidados a serem tomados;
Ponto 3. Cuidados a serem tomados;
- A Soteriologia calvinista não deve ser entendida com orgulho.
- O calvinismo não é um aval ou passe livre para o pecado.
A doutrina da soberania divina não é um convite à indolência, mas um convite para o serviço. J. I. Packer escreveu: “A doutrina da soberania divina seria grosseiramente mal aplicada, se nós apelássemos a ela para diminuir a urgência imediata, a prioridade e a restrição do imperativo evangelístico. Não se pode invocar nenhuma verdade revelada a fim de atenuar o pecado. Deus não ensinou a realidade de sua soberania a fim de nos oferecer desculpa para negligenciar suas ordens”
- A mínima parcela da nossa fé é um sinal tremendo da graça de Deus tendo efeito na nossa vida.
- A doutrina da predestinação não desencoraja a obra missionária.
Porque não sabemos quem pertença ao número dos predestinados, ou não pertença, assim nos convém tratar que a todos queiramos venham a ser salvos. Assim acontecerá que, quem quer que seja que se nos haverá de deparar, esforcemo-nos por fazê-lo participante de nossa paz. Mas, nossa paz repousará somente sobre os filhos da paz (Mt 10.13; Lc 10.6). Portanto, quanto a nós concerne, deverá ser a todos aplicada, à semelhança de um remédio... A Deus, porém, pertencerá fazê-la eficaz a quem preconheceu e predestinou” - João Calvino mencionando Agostinho nas Institutas.
Quem conhece a vida e os sermões de Spurgeon vê quão grande é o impulso que a doutrina da eleição incondicional dá ao evangelismo. Nota-se que, encorajado pelo precioso ensino acerca da predestinação dos santos, os homens de Deus se lançam com maior empenho na busca daqueles que o Senhor escolheu e trazem para o seio da igreja os convertidos verdadeiros em quem a graça de Deus realmente atuou.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
Aprendemos a falta de capacidade e poder do homem natural para se arrepender ou crer. Encontramos aqui o Senhor Jesus dizendo: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer”. Enquanto o coração não for atraído pela graça de Deus, o homem não poderá crer. A solene verdade contida nessas palavras deve ser considerada com especial atenção. É inútil contestar que, sem a graça de Deus, alguém pode tornar-se um cristão verdadeiro. Estamos espiritualmente mortos e não temos capacidade para dar vida a nós mesmos.
É inútil contestar que, sem a graça de Deus, alguém pode tornar-se um cristão verdadeiro. Estamos espiritualmente mortos e não temos capacidade para dar vida a nós mesmos. Precisamos que uma nova vida, que venha do alto, seja implantada em nós. Os fatos comprovam, e os pregadores reconhecem isso. O décimo artigo da Igreja Anglicana declara expressamente: “Após a Queda de Adão, a condição do homem é tal que, por sua força natural e suas boas obras, não pode mudá-la e preparar-se para crer ou clamar por Deus”. Esse testemunho é verdadeiro.
Ilustração:
Oração
“Oh, uma vez pensei que poderia me salvar por minhas boas obras, mas agora eu acho que Se o meu pranto fluísse para sempre, Se o meu zelo não conhecesse trégua, Tudo isso não poderia expiar o pecado, Tu deves salvar, e Tu somente!”
Em seguida, o coração afunda e o homem está prestes a desesperar-se. E ele diz: “Eu nunca serei salvo. Nada pode me salvar”. Em seguida, vem o Espírito Santo e mostra ao pecador a cruz de Cristo, dá-lhe olhos ungidos com colírio celestial e diz: “Olhe para aquela cruz. Aquele homem morreu para salvar os pecadores. Você sente que é um pecador. Ele morreu para salvá-lo”. E Ele capacita o coração a crer e ir a Cristo, e quando vem a Cristo por este doce atrair do Espírito, encontra “a paz de Deus, que excede todo o entendimento, a qual guardará os seu coração e os seus pensamentos em Cristo Jesus”. Agora, você claramente perceberá que tudo isso pode ser feito sem qualquer compulsão. O homem é atraído tão voluntariamente, como se não houvesse sido atraído de modo algum. E ele vem a Cristo com pleno consentimento, com um consentimento tão pleno como se nenhuma influência secreta alguma vez houvesse sido exercida sobre seu coração. Mas esta influência deve ser exercida, ou então nunca houve e nunca haverá qualquer homem que possa ou queira ir ao Senhor Jesus Cristo!