Comunhão
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Atos 2.44
Atos 2.44
Introdução:
Vivemos em uma época em que a exclusividade é valorizada, e a coletividade é deixada de lado. Muitas pessoas pensam mais em si mesmo do que no outro, cada pessoa tende a seguir sua própria vontade, sem se preocupar com as necessidades dos outros. Infelizmente, essa mentalidade pode até alcançar a igreja, quando seguimos as mesmas tendências e colocamos nosso pensamento, vontade e desejos acima de tudo.
Lemos sobre os primeiros cristãos, e que texto admirável, mas não basta admirarmos os primeiros cristãos e desejarmos a mesma proximidade que eles tinham com Deus, e com os outros, sem nós não vivemos da forma que eles viviam . Pensando nisso, ao observarmos uma passagem no livro de Atos, entendemos que a comunhão é refletir nossa união com o Senhor junto aos nossos irmãos. Vamos destacar dois modos de como colocar isso em prática. a primeira é:
1 - Estar juntos
Notamos que a comunidade descrita aqui no texto era formada por um grupo específico: "os que creram". O livro de Atos destaca que essas pessoas estavam unidas por algo maior do que posses ou status social. Tudo isso perdeu o valor diante da fé que compartilhavam.
Nenhuma riqueza ou posição poderia pagar o preço que Jesus pagou na cruz. Então, por que se apegar às antigas condições se, por meio de Cristo, houve reconciliação com Deus?
Com esse entendimento, os que creram viviam juntos, unidos por essa fé. Se queremos ter comunhão verdadeira, isso não pode acontecer com cada um isolado em sua casa.
Como poderia? Não geraria nenhum envolvimento real!
Em vez disso, aqui no primeiro século, os irmãos deixavam de lado qualquer coisa que os impedisse de estar juntos, compartilhando um só espaço e aproximando-se uns dos outros.
Em Atos 4:32, vemos que eles tinham "um só coração e uma só alma". Isso não se refere apenas às partes do ser humano, mas ao alto grau de unidade e comunhão que tinham.
Se desejamos viver essa mesma comunhão, é indispensável estar juntos, participando ativamente na igreja local.
Estar juntos e ter "um coração e uma mente" não significa apenas compartilhar o mesmo espaço físico. Pense bem: na escola, você está no mesmo lugar que várias pessoas, mas isso não significa que é amigo de todas, certo?
Muitas vezes, você passa anos sem nem falar com algumas delas. Não digo isso como crítica, mas para mostrar que essa atitude não é a ideal na igreja.
Estar junto é mais do que estar no mesmo local. É sobre reconhecer que fazemos parte do mesmo povo de Deus, unidos por uma fé que nos levará a viver eternamente com Ele.
Isso é mais uma atitude do que uma simples descrição: é desejar estar perto daqueles que compartilham da mesma fé.
Agora, pense: e se a perseguição viesse? Aquela pessoa da igreja com quem você nunca falou poderia ser a que estaria ao seu lado nos dias difíceis. Foi isso que os primeiros cristãos vivenciaram.
Eles se envolviam uns com os outros, enfrentando as mesmas dificuldades, e o que os unia era o laço inquebrável formado na cruz. As provações apenas fortaleciam essa união.
Hoje, somos chamados a algo além de apenas frequentar a igreja. Somos chamados a nos envolvermos uns com os outros, não por interesse, mas por amor — o mesmo amor que Cristo demonstrou ao dar sua vida por cada um de nós.
Aplicação: Estar junto em Cristo é mais do que uma simples proximidade física. É uma união que nasce de um desejo sincero de compartilhar a vida com os outros, não por conveniência, mas por um interesse genuíno no bem-estar daqueles que também foram alcançados pela graça de Deus. Você tem relacionamentos sinceros aqui na igreja? Seus melhores amigos estão aqui? Devemos priorizar as amizades cristãs que Deus colocou em nossa vida, crie relacionamentos intencionais com seus irmãos em Cristo !
ST: Além de estar juntos, podemos perceber outra coisa no texto, que é:
2 - Partilhar o que temos
No capítulo 2 de Atos, vemos que a comunidade de fé "tinha tudo em comum". O que isso significa? Que aqueles em melhores condições não se preocupavam apenas consigo mesmos, mas viam oportunidades de abençoar os irmãos que enfrentavam dificuldades.
Essa atitude não vinha de uma obrigação, mas do verdadeiro entendimento do que é estar juntos. Se estamos unidos e vemos um irmão em necessidade, como poderíamos ignorar isso se temos os meios para ajudar?
Naquela época, alguns até vendiam suas propriedades para suprir as necessidades dos que nada tinham. Compartilhar não era uma prisão aos bens materiais, mas um reconhecimento de que Deus nos abençoa para que possamos abençoar os outros. Esse princípio é tão atual quanto naquela época e pode ser vivido por nós hoje.
Por exemplo: imagine que você tem mais facilidade para aprender na escola e percebe que um irmão está tirando notas baixas e não consegue melhorar. O que fazer? Ficar rindo dele porque você se sai melhor? Claro que não!
O "bem" que você tem nesse caso é o conhecimento, e Deus pode ter dado isso a você não apenas para seu próprio sucesso, mas para ajudar outros a crescer também.
Quando falamos em partilhar, não pense apenas em dinheiro ou bens materiais. Isso vale para todas as áreas da vida.
Se você canta bem, pode ajudar alguém que está aprendendo. Sabe tocar um instrumento? Ensine outro! Ou, se perceber alguém mais tímido, que tem dificuldade para se enturmar, tente incluir essa pessoa no grupo.
Na igreja, não há espaço para a desculpa de "não posso fazer nada". Às vezes, só não enxergamos as oportunidades que Deus coloca diante de nós.
No primeiro século, talvez muitos desejassem realizar milagres e sinais, mas nem todos tinham esse dom. Eles ficavam de braços cruzados? Não! Sempre havia algo para fazer, sempre havia algo a compartilhar.
Peça a Deus que abra seus olhos para enxergar o que Ele quer que você faça. Há muitas formas de partilhar o que temos, desde habilidades até pequenos gestos de inclusão e cuidado.
Aplicação: Compartilhar o que temos vai muito além de dar dinheiro a alguém. É sobre estar próximo, perceber as dificuldades que a pessoa está enfrentando e, dentro das suas possibilidades, ajudá-la a superar esses desafios. É um ato de amor e cuidado genuíno.
Conclusão: Como disse Jan Hus:
Pois como os membros compõem um corpo ao qual a alma está unida, e novamente como cada membro é necessário a todos os outros, um ajudando o outro no desempenho de suas funções, assim é verdadeiro para os membros da igreja em virtude do poder de comunhão e do vínculo de amor.
Jan Hus
Nesta noite, vimos dois modos de refletir a comunhão que temos com o Senhor: o primeiro é estar juntos, unidos em fé e apoio mútuo; o segundo é partilhar o que temos, seja conhecimento, recursos ou tempo, ajudando uns aos outros conforme as necessidades. Estamos unidos no mesmo corpo para cumprir o propósito de sermos auxiliadores no reino de Deus. Não retenha aquilo que você pode fazer; ao invés disso, permita que sua vida seja uma bênção, seguindo a direção que o Senhor dá a cada um de nós. Amém!